top of page
Escreve aí Duda (2)_edited.png

- Meu caro, eu,

Você ainda se lembra de como tudo isso começou?

Quando você se deitou calada, nos braços quentes de um caderno, rabiscou os primeiros versos e suspirou assustada ao perceber o que tinha feito...

O poder incalculável que tinha acordado dentro de si, suas próprias palavras, que, como uma febre, te consumiram até que aprendesse a domá-las.

 


 Você virou poesia.

1 Sem Título_20240324183602_edited.jpg

24 de Mar. 2024

Enquanto eu escrever...

Eu tento me convencer a não chamar de talento,
Porque enquanto habilidades são construídas com esforço, 
talento são presentes dados sem merecer,
E que podem ser tomados a qualquer instante.

Mas há dias em que o silêncio desafia minha lógica,
e a distância do papel e da caneta são um abismo.
No caminho da cabeça para as mãos, as ideias vão se perdendo...

E eu me pergunto se foi o tempo que ficou mais curto,
ou eu que fiquei mais lenta?

Dizem que tudo que é bom dura pouco,
Por isso eu deixo sempre o pior de mim em cada verso.
Para ver se assim eu trapaceio o jogo,
Na esperança de escrever por mais um tempo. 

matthew-moloney-aVPqA1K-Apg-unsplash (1)_edited.jpg

De onde vem a inspiração?

20 de Fev. 2023

Olhar para o nada e deixar a mente ir até onde precisa: é assim que nascem as boas ideias. Será?

O artista para, olha para a natureza, deixa a mente viajar, e pronto, a ideia genial vem. Quantas vezes você já se deparou com uma cena como essa em filmes e literatura para representar a busca pela inspiração?

 

Recentemente, me deparei com uma dessas cenas no filme Bohemian Rhapsody, a biografia da banda Queen. A parte em específico é a que introduz a criação da música que dá título ao filme, uma das mais reconhecidas da banda, em que o cantor e compositor Freddie Mercury acende um cigarro, olha para um vasto campo.. E então a cena corta para a gravação da música.

E realmente, existem momentos em que boas ideias surgem completamente do nada, após um breve momento de reflexão, mas não é assim que acontece na maioria dos casos. Ser artista não é um dom, é um processo que envolve pesquisa, experimentação e construção de cada obra.

Por isso, se você já sentiu vontade de criar arte mas sente dificuldade de se sentir inspirado, entenda que os momentos em que você vai olhar para o nada e as ideias vão surgir por si só são raros. Na maior parte dos momentos, você vai estar lendo, vendo um filme, passeando, e então, algo vai te chamar atenção e te provocar suficientemente para que você queira criar algo à respeito.

 

E não tem problema usar o trabalho de outros artistas como referência, a própria música que eu citei, Bohemian Rhapsody usa elementos de peças de ópera, por exemplo, evidenciando que existiu sim uma vasta pesquisa por trás da ideia.

 

Até mesmo esse texto que você está lendo surgiu por conta da provocação de um filme.

 

Por isso, se você quer criar arte, meu maior conselho é, consuma arte. Não espere que suas ideias serão totalmente originais e revolucionárias. Encontre um lugar de incômodo, provocação, curiosidade naquilo que já existe, e construa suas obras a partir dele.

20 de Fev. 2023

c050ddf2-2c92-4a41-9850-7000f5349785.jpg

nascer;

crescer;

me aproximar de pessoas;

de sentimentos nunca sentidos;

ver lugares jamais vistos antes;

 

me apaixonar;

falar "eu te amo";

ouvir "eu me amo";

vivenciar terminos;

vivenciar tudo que a vida possa me proporcionar;

e me perguntar se algum dia se eu realmente estive pronta;

para me sentir viva.

 

-m

Viver

c7bbe2_032d8eeb8d95492496ca53c0032d175e~mv2.jpg

Sempre a mesma música

31 de Jan. 2023

Eu até que gostava da nossa mistura eclética,

Que combinava rock progressivo com Caetano.

Daquelas batidas disfônicas,

Distopias,

Distantes de qualquer coisa ouvida até então.

 

Eu até queria ficar mais um pouco,

Mas sabe como é a vida...

Curta demais para uma única conversa,

Uma única música.

Curta demais para uma única despedida.

- Maria Eduarda A. Fagundes. O que eu via da janela.

O vendedor de passados: da Literatura ao Cinema

22 de Nov. 2022

E se você pudesse alterar seu passado? Apagar todos os erros e se tornar alguém totalmente novo, você faria? Se você gostou dessa premissa, você precisa conhecer "O vendedor de Passados".

O livro “O vendedor de passados”, de José Eduardo Agualusa, é uma obra que mistura realismo com fantasia, contando a história de um homem negro-albino, chamado Félix Ventura, que vende passados às pessoas ricas da Angola (local onde se passa a história), através da perspectiva de uma osga com a qual ele divide a casa.

 

É essa perspectiva de Eulálio (A osga) que narra a história, misturando as cenas que ele observa com o seu comportamento animal, as situações e interações entre os personagens com seus sonhos de vidas passadas, quando ainda era humano, que aproximam mais a história da fantasia, pois até mesmo a profissão incomum de Félix parece se encaixar naquela realidade, pois é através dela que o autor tece uma série de críticas à elite Angolana e seus conflitos, aos motivos que levam pessoas a quererem ter seus passados apagados e trocados por algum mais “bonito”, mostra uma crítica à uma sociedade de aparências, que tenta desesperadamente se livrar das suas más ações. 

emmanuel-zua-ynwdolH6yik-unsplash_edited

Dentro do contexto da história do livro, muitos dos motivos que levam as pessoas a procurarem os serviços de Félix têm relação com os conflitos civis que ocorriam em Angola, e não é à toa que muitos dos personagens que aparecem ao longo da história são militares, guerrilheiros ou até fotógrafos de guerra.

Já a adaptação para o cinema, de Lula Buarque de Hollanda, roteirizada por Isabel Muniz e estrelada por Lázaro Ramos e Alinne Moraes, faz algumas modificações na história, o que de nenhuma forma torna a produção menos interessante.

 

A primeira coisa que é possível identificar é a redução drástica dos elementos “fantásticos” da narrativa. A osga Eulálio não aparece na adaptação, e sua posição de narradora é incorporada pelo próprio personagem Félix, interpretado por Lázaro Ramos. Essa mudança, na minha opinião, apesar de já distanciar bastante a história da obra original, foi muito bem-vinda, pois apesar do elemento fantástico funcionar muito bem dentro do universo literário criado por Agualusa, acredito que a presença de uma lagartixa feita em efeitos especiais, narrando os fatos que ocorrem na história, acabaria tirando o ar de mais seriedade e reflexão proposto, deixando a obra um pouco cômica e até imatura.

 

Outra coisa que muda drasticamente é a localização geográfica. O filme nos transporta de volta para o Brasil, modificando os dilemas dos clientes de Félix para se encaixarem no contexto brasileiro. Por isso, acho que a ideia de trazer elementos da ditadura argentina ao compor o passado de uma das personagens foi uma excelente forma de trazer de volta o viés crítico da obra sem distanciá-la dos elementos da realidade brasileira.

 

Além disso, na adaptação para o cinema, alguns personagens ficam de fora da história, o que é um recurso muito comum considerando que adaptações para a tela também têm que ter um cuidado com o tempo. Por isso, achei que a saída de juntar os personagens de José Buchmann e Ângela Lúcia, misturando suas histórias, motivações e passados, também com algumas características originais do longa na personagem Clara, interpretada por Alinne Moraes, foi muito inteligente, para poupar o tempo de tela que seria dividido entre esses dois personagens, mas sem perder a essência deles completamente.

 

Apesar de serem duas histórias completamente diferentes, é possível identificar, sim, que ambas tocam o leitor/telespectador da mesma forma, trazendo reflexões sobre o valor do passado, e como por mais atraente que seja a ideia de ter todos os seus erros apagados e colocar no lugar uma história perfeita, isso tem um preço, pois é muito difícil para alguém fingir ter sido algo que não foi durante muito tempo, e que ter um passado livre de erros não nos impede de cometer erros no presente ou futuro.

Estou perdida no olho daquela garota.

 

Me vejo com você.

 

Vendo um filme,

Bebendo champanhe,

Olhando o pôr do sol ao seu lado.

 

Pé na areia,

o mar recuando.

 

Nós nos beijando,

Troca de olhares profundos.

 

Mas tudo isso é uma mera ilusão que nos mesmos criamos.

 

- JJ (Juliana)

22 de Nov. 2022

Minha própria mente

annie-spratt-AtTfS5BYGU4-unsplash.jpg
hayes-potter-UILT-56V_4U-unsplash.jpg
3.png

"Como foi seu dia?"

"Queria ouvir sua voz."

"Me manda mensagem quando chegar."

Atualmente, é assim que fazemos parte do dia a dia das pessoas.

 

A um tempo atrás, eram longos dias de espera e saudade, agora, se escuto vibrar, logo agarro o celular.

 

Pelo celular, dizemos sentir saudade, do cheiro, do toque, do carinho, mas quando estamos próximos, permanecemos conectados.

 

Momentos bons mesmo são aqueles que lembramos cada detalhe, porém, não temos fotos ou vídeos.

 

Aproveite, não apenas por "status", mas sim, por sua felicidade. Todos devemos viver um pouco mais, saia desse mundo e viva a realidade.

 

- Natacha Babosa Hermes

Atualidade.txt

22 de Nov. 2022

daniele-colucci-kIZvTPUlMIY-unsplash_edited.jpg

21 de Nov. 2022

Os girassóis de Van Gogh

À noite, o céu é iluminado pelas estrelas e a lua.

De dia os girassóis virados para o sol,

e eu entediada.

 

Ele morreu, se foi,

mas por quê?

por que eu?

 

Serei sua reencarnação?

 

 

Eu até amo a vida

Mas já não vejo mais sentido nela.

Os dias estão cada vez mais curtos

Meus olhos cansados estão perdendo a cor,

 

A morte vem mais cedo ou mais tarde para todos.

 

Talvez venha mais cedo para mim

Então a todos que amo,

Um adeus..

 

- Sthefany

dennis-siqueira-QnMeRW36-zY-unsplash.jpg

Os Supridores: uma leitura necessária nos dias de hoje

26 de Out. 2022

Conheça "Os Supridores", o primeiro livro de José Falero. Uma obra que joga luz a temas sensíveis da sociedade contemporânea.

Conheci a história de "Os Supridores" através de uma professora da faculdade, e confesso que ao ler a sinopse da obra, esperava mais uma produção que romantizasse a figura do bandido, sem dar muita vasão à carga social da narrativa por medo de não agradar leitores com opiniões mais "conservadoras", como a gente vê em muitas grandes produções como o sucesso enorme de "La Casa de Papel" no streaming. Porém, o que me surpreendeu for me deparar justamente com o oposto, uma narrativa que transborda ideologia, que bate de frente com o sistema vigente em nossa sociedade, como se olhasse no fundo dos olhos do leitor e dissesse "tu vai mesmo dizer que eu tô errado?".

Esse romance, publicado em 2020, foi a estréia do escritor José Falero, se passa nos anos de 2009 e 2010, trazendo vários elementos da nossa história contemporânea, carregada de desigualdades, preconceitos e imperfeições, e 

tem de plano de fundo a cidade de Porto Alegre, transitando entre as regiões centrais e de periferia da cidade, denunciando suas diferenças e escancarando as barreiras sociais que dividem essas duas partes da cidade em dois mundos completamente opostos, que estão constantemente em embate um com o outro.

Essa narrativa urbana acompanha a história de Pedro e Marques, dois trabalhadores de uma rede de supermercados, que estão cansados da sua condição de pobreza e das dificuldades que enfrentam em seu dia a dia. Esse incômodo dos dois dá origem a um plano para melhorar a vida deles, vender maconha. A partir daí, o leitor dá boas risadas e também reflete muito sobre as estruturas da nossa sociedade com esses personagens cômicos e geniais demais para trabalharem em um supermercado.

Essa história toda acompanha esses dois personagens principais:

Pedro, um rapaz muito esperto, cheio de ideias e amante de leitura. É sempre através dele que a gente se aprofunda mais no viés social dessa obra, e nos faz refletir sobre o papel que esses dois personagens representam não só dentro da narrativa, mas na nossa realidade. Eles existem principalmente para desafiar o leitor a estourar sua bolha e ouvir o outro lado da narrativa que estamos tão acostumados a ver no jornal.

O contraponto acontece com o personagem de Marques, esse é o mais esquentadinho da dupla, um cara passional e com um forte senso de proteção. É com ele, na verdade, que grande parte dos leitores se identifica mais, pois ele é o retrato perfeito do trabalhador que nasceu nesse sistema e, por mais que se sinta frustrado com ele, não enxerga nenhuma possibilidade de mudança, principalmente por nunca ter tido acesso a uma visão diferente da história, como grande parte da população.

Toda a narrativa acontece em terceira pessoa, e José Falero demonstra de uma forma genial a dicotomia entre a fala dos personagens, carregada de gírias e expressões comuns entre a população das regiões marginalizadas de Porto Alegre, e um narrador culto, onisciente, que fala de passado, presente e futuro com um vocabulário refinado e poético, unindo em um laço firme essas duas realidades, aproximando cultura, literatura, e conceitos complexos de Carl Marx aos nossos personagens, quebrando de vez aquele estereótipo de que essas populações não têm voz, opinião e cultura.

A gente se pega torcendo pra que esse esquema mirabolante dos dois dê certo, e se vê cada vez mais imerso na realidade deles, uma realidade de pessoas condicionadas a acreditarem que não merecem mais do que a vida que eles já têm, mas que se veem extremamente descontentes com ela, então é impossível não sentir na pele os calafrios quando o livro aborda com uma honestidade brutal temas como o aliciamento de jovens para o mundo do crime, e humaniza, não romantiza, esses personagens, faz com que a gente se pergunte quantas histórias como essa existem e não são contadas pelos jornais ou televisão, histórias de pessoas que merecem uma vida melhor, e que se veem em situações em que o único jeito de vencer o sistema é burlando as regras dele.

"Os Supridores" é uma obra que aborda questões de meritocracia, desumanização, exploração do trabalho, desafiando cada conceito desse nosso sistema capitalista de forma afiada, fazendo o leitor compreender aquela situação com a única saída desses personagens, sem deixar de mostrar o preço que eles pagam por isso.

26 de Out. 2022

Sentimentos barulhentos

Deve haver alguma razão

que nos leva a gritar quando estamos bravos,

mas sussurrar quando dizemos “eu te amo”.

 

- Maria Eduarda A. Fagundes. O que eu via da janela.

24 de Out. 2022

Isso é um desabafo não só sobre política, mas também sobre a capacidade dela de alterar a visão que eu tenho daqueles que amo.

Minha escrita sempre foi amor, mas nunca deixou de ser política

Pode ser meio chocante pra você que me conhece e discorda de mim politicamente, mas você também tem culpa na minha opinião política.

 

Eu aprendi com você, escutei você, agora te peço que escute meu lado da narrativa.

 

Você me viu entrar pra Universidade, mas talvez não ficou sabendo que muitos dos programas que sempre sonhei em fazer foram extintos por conta do sucateamento da educação.

 

Você me viu quase perder minha vida, e sabe que eu teria ficado quase duas horas no asfalto, se não fosse pelo SUS. Então para mim, e para muitos como eu, defender a privatização de um sistema de saúde que é reconhecido como um dos melhores do mundo, é desejar que eu não tivesse tido essa chance de viver.

Talvez você tenha fingido que não viu quando eu e meus amigos tivemos que deixar de frequentar lugares que tinham bandeiras verde-amarelas, por medo dos ataques violentos às minorias. Tivemos que cuidar o que vestíamos, o que falávamos, por medo.

 

E você com certeza viu a demora na vacinação, as piadas. Falavam com deboche do “fique em casa, a economia a gente vê depois”, mas nesse embate, não cuidamos nem das vidas, perdendo 687 mil, nem da economia, porque além de tudo, você não pode fingir que não tá vendo o seu carrinho de compras do mês cada vez mais vazio.

 

Mas eu vi muita coisa também, vi pessoas que me ensinaram sobre amor, respeito, empatia e compaixão exporem seus pensamentos mais preconceitusosos e violentos. Eu ainda vejo o bem em vocês, o coração que ainda é vermelho, e é por vocês também que eu me posiciono desse jeito. Pelas vezes que ouvi de vocês: “Todos os que empunham a espada, pela espada morrerão”.

 

Eu ouvi uma vez de alguém que se importa comigo: “Cuide dos outros quando estiver subindo, pois você pode reencontrá-los quando cair”.

 

Eu ouvi, e por isso eu voto em quem eu sei que cuida dos que mais precisam, quem tirou nosso país da fome, quem se preocupou com os mais pobres.

Por isso eu não entendo a decepção de alguns,

Foi assim que vocês me criaram.

Me ensinando sobre amor, respeito, empatia,

Me monstrando que ninguém está sozinho.

 

Então o que te surpreende?

Se de repente eu uso minha voz pra abraçar meus irmãos,

E espalhar todo o amor que eu sinto por cada um deles,

Independente de quem são.

 

Esses pensamentos sempre estiveram aqui,

Entre as linhas do meu coração e minha poesia.

Minha escrita sempre foi amor,

Mas nunca deixou de ser política.

 

Talvez só te tenha faltado interpretação.

Mudando a perspectiva do seu texto

Mudando a perspectiva do seu texto

31 de Ago. 2022

Entenda o que é Focalização, e como você pode usá-la para guiar o leitor pela sua história.

A Focalização recebe muitos nomes no meio narrativo, como foco narrativo, tipo de narrador, entre outros. Por isso, pode até ser que você já saiba o que ela é, mas você sabe a melhor forma de incorporá-la no seu tipo de texto?

 

A Focalização é a perspectiva do narrador, sua direção em relação à história, e isso interfere diretamente na forma como a narrativa será desenvolvida, pois dependendo do foco que se dá a um personagem, toda a perspectiva geral do leitor em relação aos acontecimentos da história também muda.

 

Existem 3 tipos principais de Focalização, cada uma com suas qualidades. Porém, é de conhecimento geral de muitos escritores que certos tipos de focalização não funcionam muito bem em determinados gêneros de narrativa, por isso, vou me aprofundar um pouco sobre cada um deles abaixo:

 

1 - Focalização Interna

 

A Focalização Interna é um verdadeiro mergulho na alma de seu personagem, quando o narrador está completamente ciente de todos os sentimentos, desejos, intenções e pensamentos dele.

 

Esse tipo de focalização funciona tanto em histórias narradas em primeira pessoa, quando a narração parte diretamente do protagonista, e deixa o leitor sujeito à perspectiva dele em relação aos fatos que ocorrem na história, quanto em terceira pessoa, que permite que o narrador expresse aquilo que o personagem sente, dando um panorama mais neutro dos fatos, mas esse tipo de narrativa necessita que o leitor sinta que existe uma verdadeira conexão entre o personagem e o narrador.

 

Esse tipo de focalização é muito usada em autoficções, um gênero que retrata histórias do ponto de vista do personagem, e quando bem executada, pode deixar o leitor em dúvida se o próprio autor da história passou por aquela situação.

2 - Focalização Externa

 

A Focalização Externa se assemelha muito à perspectiva da câmera no cinema. O leitor acompanha os fatos se desenrolando através das ações externas, sem saber o que se passa na mente dos personagens.

 

Esse tipo de Focalização funciona em terceira pessoa, pois para que ela ocorra, é preciso que haja um distanciamento entre o narrador e o personagem.

 

Por não ser possível reconhecer o que se passa na cabeça dos personagens, ao escolher esse tipo de focalização, é fundamental que o autor saiba expressar as intenções e sentimentos de personagens através da descrição de suas expressões e ações, para que a história não fique confusa para o leitor, a não ser que seu objetivo seja criar mistério e suspense, então, essa é uma forma excelente de fazer com que o leitor não saiba em quem confiar.

 

3 - Focalização Omnisciente

 

Na Focalização Omnisciente, o narrador sabe tudo. Conhece cada um dos personagens e aquilo que passa na cabeça de todos eles, sabe do enredo da história, inclusive de fatos que ainda não ocorreram, e também entende do universo em que a história se insere.

 

Dessa forma, o narrador sabe de coisas que nem mesmo os personagens sabem ainda, por isso, esse tipo de focalização é escolhido por muitos autores que precisam inserir leitores em universos complexos e cheios de detalhes, pois é o próprio narrador que pode introduzir a história de uma perspectiva neutra, contando não só sobre cada personagem, mas o cenário que compõe a história desde o princípio, envolvendo aspectos históricos, culturais e políticos de uma maneira mais natural.

 

Porém, a desvantagem desse tipo de narrador é que a omnisciência dele causa uma ausência de mistério, por isso, ele não é indicado para histórias com tramas policiais ou de suspense, afinal, com esse tipo de narrador, o leitor terá todas as informações da história.

 

"O mais importante para mim é que a voz do meu narrador seja confiável, e que, embora seja claramente uma ficção absoluta, tenha a ressonância emocional de memórias."
- Chris Bohjalian

 

Mas lembre-se: Seu narrador não é você! Toda a sua história passa pelo narrador, por isso, você precisa que ele trabalhe a seu favor na composição da obra, nem omitindo demais a ponto de deixar o leitor desconfiado, nem entregando detalhes importantes logo de cara, o que pode fazer com que seu leitor perca o interesse. Para escolher a melhor focalização para a sua história, pense em qual rumo ela vai tomar, com quais personagens o leitor deve se identificar e quais sentimentos você quer provocar.

juan-carballo-diaz-12URTtNC-AQ-unsplash.jpg

Escrita afetuosa: Escrever para se conectar com o outro

24 de Ago. 2022

Entenda o que é a "Escrita Afetuosa" e como você pode usá-la para entender seus sentimentos e expressá-los através da escrita.

Ana Holanda é uma jornalista e escritora, que trabalha com processos de condução de escrita para pessoas e empresas. Seus cursos promovem a chamada "Escrita afetuosa", um jeito de escrever que promove aconchego, trocas e conexão, com um olhar mais voltado para o conteúdo e não tanto para a forma.

 

Conheci a Ana em uma das cadeiras da faculdade, quando li seu livro Guia da Escrita Afetuosa para os momentos de crise, e senti que de muitas formas, o que Ana abordava em seus livros, mesmo que com o olhar mais voltado para as narrativas, cabia muito naquilo que eu gostaria de promover com a minha escrita. Por isso, decidi trazer para você, caro leitor, minha visão dessa obra, a fim de difundir ainda mais o trabalho tão lindo de Ana Holanda.

 

"A escrita nos ajuda a jogar luz dentro da gente e entender aquilo que, muitas vezes, não conseguimos nominar."
- Ana Holanda

 

O Guia da Escrita Afetuosa para os momentos de crise surgiu a partir desse sentimento da autora de que muito se falava sobre escrita, mas pouco se focava naquilo que realmente importa, o conteúdo, e principalmente, a relação do autor com o conteúdo do seu texto, pois escrever é muito mais do que colocar palavras uma do lado da outra, é preciso que haja uma certa conexão, uma verossimillança. Aquilo que o autor escreve, deve ser de alguma forma, verdadeiro, não no sentido de que nossas histórias não podem ser inventadas, mas que elas devem partir de um lugar que faça algum sentido dentro de nós mesmos, pois ninguém gosta de ser enganado, nem mesmo leitores.

 

E para que a escrita seja verdadeira, ela deve partir de um lugar de aconchego, onde o autor se sente seguro para falar sobre aquilo que existe em seu íntimo, e para que ele possa estender esse sentimento para o leitor, criando com ele uma conexão forte e verdadeira. Por isso, Ana diz, nem sempre a frase "você precisa escrever sobre isso" é verdadeira, pois existem sentimentos muito difíceis de serem expressados, aqueles que não nos sentimos seguros em compartilhar, por isso é importante saber que não somos obrigados a revelar tudo em forma de escrita.

 

"Escrever não é apenas sobre técnica ou sobre regras. É sobre a vida. E isso é algo que não é dito pra gente. A escrita nasceu para ser encontro com o outro, ponte, conexão. E só encontramos o outro quando, primeiro, a gente se reencontra. "
- Ana Holanda

Para isso, é preciso trocar a palavra técnica por relação, buscar, ao invés de seguir exemplos e moldes prontos, reconhecer a si mesmo como escritor e pensar no que você espera provocar no leitor. A maneira como escrevemos diz muito sobre nossas relações, as maneiras como contamos histórias contam também a nossa história, e é isso que o seu leitor, nesse mundo tão cheio de pessoas que escrevem, vai buscar em você.

 

Outro ponto necessário para praticar a Escrita Afetuosa é perder o medo de expor, e eu entendo que o primeiro passo é sempre o mais difícil, mas para tornar esse ato de encarar seu íntimo em busca de inspiração mais fácil, a dica de Ana é fantástica: Começar por um lugar de conforto, pegar na mão daquilo que existe de mais reconfortante e acolhedor em você e deixar que isso seja seu guia nessa jornada. Comece por seu entorno, o espaço que você conhece, a louça na pia, a comida no fogão, os livros na estante, se aprorie desse espaço e conte a história daquilo que existe ao seu redor, as escovas de dente na pia, as fotos nas estantes, qualquer coisa que te faça sentir acolhido. Começe por qualquer lugar, por mais inusitado que seja, mas começe, e siga nesse rumo, por mais desafiador que pareça, eu prometo que a satisfação de se reclinar na cadeira ao finalizar um texto faz tudo valer a pena.

 

12 de Ago. 2022

Incessante

Se os pássaros voltam a cantar logo depois da tempestade,

Sem se preocupar com as árvores caídas,

Os ninhos desfeitos,

As asas quebradas,

Por que eu deveria ser diferente?

- Maria Eduarda Andára Fagundes. O que eu via da janela

Escreve aí Duda (6).png
hector-j-rivas-AZGxJ1Uyg2w-unsplash.jpg

Não escreva de forma genérica

11 de Ago. 2022

A melhor forma de não só capturar sua audiência, mas mantê-la por perto, é usando aquilo que há de mais único, excêntrico e criativo em você. Claro, é importante sim, pelo menos na escrita publicitária, estar atento à tendências e aquilo que está sendo falado no momento, mas se prender a isso vai fazer com que sua escrita se perca em um mar de milhares de conteúdos genéricos.

 

Claro, não há nada de errado em procurar referências, "imitar" figuras que te inspiram, mas procure sempre ir além, dar o seu toque ao conteúdo que te inspira, afinal, pense um pouco nos escritores que você acompanha, aposto que todos eles, ou pelo menos a grande maioria, tem posicionamentos, opiniões e estilos bem claros para o público, não é mesmo?

 

"As pessoas podem dizer-lhe para manter a boca fechada, mas não podem impedi-lo de ter a sua própria opinião."
- Anne Frank

Essa busca por uma escrita genérica demais só vai te levar para um caminho de frustações e bloqueios criativos. O publico quer ouvir suas ideias, opiniões, devaneios e curiosidades, então dê isso à ele.

 

Mas como formar uma opinião? Bem, a pesquisa deve ser contínua, busque conteúdo de diversas fontes, se desafie a ouvir até mesmo pessoas de fora da "sua bolha", isso só trará mais riqueza ao seu texto.

 

E quando você achar que formou sua opinião, dê uma descansada, deixe seu texto respirar, dê uma caminhada, tome um banho, e volte para ele com a mente mais clara, você verá como sua perspectiva pode mudar drasticamente em uma questão de horas.

 

E isso não quer dizer que você deve ter opiniões concretas e jamais permitir-se mudar de opinião, na verdade, em um mundo tão digital, onde estamos acostumados à esses posicionamentos super estratégicos, a coragem de mudar de ideia é algo que traz um ar de humanidade para todo esse mar de conteúdo.

alex-plesovskich-WtAEJRrnuog-unsplash_edited.jpg

Engano meu

10 de Ago. 2022

Foi naquela noite escura em que eu segurei a tua mão,

E disse com todas as letras

tudo o que sentia.

 

Mas agora já não sei se no meio da escuridão,

E em minha intensa embriaguez de euforia,

Se era mesmo a tua mão

segurando a minha.

- Maria Eduarda A. Fagundes. O que eu via da janela.

Que tipo de escritor você é?

27 de Jul. 2022

Você é um escritor jardineiro ou escritor arquiteto? - Entenda quais são os tipos de escritores e descubra qual deles você é

Essa história de escritor jardineiro e escritor arquiteto surgiu depois de uma fala de George R. R. Martin. Ao ser perguntado em uma entrevista como ele desenvolvia sua histórias, o autor de grandes sucessos como "Game of Thrones" e "As Crônicas de Gelo e fogo" deu uma resposta curiosa:

“Eu penso que existem dois tipos de escritores, os arquitetos e os jardineiros. Os arquitetos planejam tudo antes dotempo, como um arquiteto constrói uma casa. Eles sabem quantos aposentos a casa terá, que tipo de telhado terá, onde os fios estarão passando, que tipo de encanamento terá… Eles têm a coisa toda projetada e desenhada antes mesmo de pregarem a primeira tábua. Já os jardineiros cavam um buraco, jogam uma semente e regam. Eles meio que sabem que tipo de semente é; eles sabem se plantaram uma semente de fantasia ou uma semente de mistério ou o que quer que seja. Mas conforme eles regam e a planta cresce, eles não sabem quantos ramos ela terá, eles descobrem isso conforme ela cresce. Eu sou muito mais um jardineiro do que um arquiteto.” 
- George R. R. Martin

 

Dessa forma, O escritor arquiteto é aquele que segue um modelo de escrita mais organizado e racional, com bastante consciência de cada etapa da sua história e um planejamento claro de como chegar até lá.

 

Já o escritor jardineiro possui uma escrita mais intuitiva e espontânea, se jogando no processo com um espírito desbravador, descobrindo o rumo da sua história aos poucos, à medida em que os fatos vão se desenrolando.

 

Não existe um jeito melhor ou pior de escrever, ambos tem seus pontos fortes. Um escritor arquiteto tem mais facilidade em "atar os nós" da sua história, porém, pode acabar deixando pouco espaço para a espontaneidade, criando narrativas pouco inovadoras. Já o escritor jardineiro traz mais sentimento e criatividade para suas produções, porém, pessoas desse perfil tem uma tendência maior de se perderem entre as ideias mal organizadas e abandonarem seus projetos.

Por isso, o melhor caminho é sempre reconhecer as potencialidades dos dois tipos de perfil e tentar encaixar o seu processo de escrita em algum lugar entre os dois, deixando espaço para uma escrita fluida e criativa, porém, considerando também que a mente precisa de uma certa organização para produzir mais.

5

5

formas de fazer
sua escrita fluir

Não é preciso ser escritor para entender a necessidade de uma boa escrita. Por isso, separei algumas dicas que aprendi ao longo dessas minhas aventuras no mundo das palavras para quem quer produzir mais e melhor.

25 de Jul. 2022

Escrever um bom texto é algo que assusta muita gente, e até mesmo para escritores profissionais, escrever um texto de um gênero diferente do habitual pode ser um desafio e tanto, mas existem maneiras de contornar o pavor de ver uma página em branco, e fazer com que sua escrita flua de uma maneira mais natural, independente do gênero.

 

Dica nº 1 - Comece pelo começo - Ou não

 

Vamos ser sinceros, o começo é realmente a parte mais complicada de qualquer texto, aquela página em branco ameaçadora, milhões de frases escritas e apagadas, são milhares de ideias na cabeça mas por onde eu começo?

O truque está em justamente não começar. Você não precisa seguir a ordem cronológica da sua história, ou escrever uma estrofe do começo ao fim. Escreva aquilo que vem à mente, espalhe todas as peças do quebra-cabeça na mesa e depois trate de juntá-las. Dessa forma, você contorna toda aquela ansiedade de começar a escrever.

 

Dica nº 2 - Descomplique suas ideias

 

Eu sei que quando estamos empolgados com algum assunto, a tendência é que a gente queira falar, falar e falar sem parar sobre o assunto, acredite, eu sou assim também, e no processo inicial da escrita é realmente muito legal deixar seus dedos trabalharem mais rápido que a cabeça de vez em quando, mas não esqueça de puxar o freio de vez em quando e tentar refletir se a mensagem que você quer passar está clara para o público em geral.

Normalmente, eu gosto de me imaginar lendo para uma criança ou tentando explicar o conteúdo do texto para ela, isso me ajuda a simplificar as ideias que passam pela minha cabeça e encontrar formas mais eficazes de dizer o que eu quero.

 

Dica nº 3 - Se muna de referências

 

Isso já é clichê, mas vale muito a pena ser repetido. Todo escritor começa como leitor, mas isso não quer dizer que a gente pode se dar ao luxo de parar de ser, por isso, sempre procure ler não só escritores com características que te agradam, leia gêneros diversos, assista filmes, escute música, e reflita sobre quais são os elementos que você gosta e pode incorporar.

Não tenha medo de "copiar" alguma característica que te chamou atenção, todo artista começa copiando suas referências, e se engana quem acha que isso é diferente na escrita, por isso, não tenha medo de se apropriar de elementos da escrita de terceiros e dar seu próprio toque para eles.

 

Dica nº 4 - Experimente!

 

Não limite a sua escrita à um gênero ou característica específica, deixe sua mente fluir, se desafie a escrever em diversos gêneros textuais. Você pode fazer coisas simples, como manter um diário, anotar receitas, pequenas frases, textos curtos, e se não se sentir no clima para começar algo totalmente original, aqui vai uma ideia de desafio: Reescreva algo que você produziu em um gênero totalmente diferente, por exemplo, transforme sua poesia em uma crônica, seu conto em uma fotografia, ou um trecho de sua história em uma peça de teatro. Assim, você coloca sua arte sob uma nova perspectiva e abre espaço para novas ideias.

 

Dica nº 5 - Tire o peso dos ombros

 

Algo que sempre me causava bloqueios criativos na hora de escrever era a pressão que eu colocava na minha própria escrita, a necessidade de produzir uma obra-prima toda vez que eu pegava a caneta, ou de escrever até a exaustão. Mas isso está longe de ser o ideal.

É sim muito importante para alguém que tem o objetivo de se tornar um escritor cultivar o hábito de escrever um pouco todo dia, mas isso não quer dizer que tudo o que você escreve precisa estar no nível de uma publicação editorial, finalizado, perfeito. Você tem a total liberdade de deixar pontas soltas e ideias inacabadas para voltar e finalizar depois se sentir que não consegue no momento.

O importante é manter sua mente criativa, dessa forma, você encara a escrita como uma necessidade pessoal, um hábito que sua mente precisa manter, e tira dos ombros a pressão de escrever algo grandioso todo dia.

 

"Não se pode escrever nada com indiferença." - Simone de Beauvoir

 

Acima de tudo, tenha sempre orgulho da sua escrita, e escreva sobre aquilo que te faz sentir algo.

Posts feed insta (7).png

Poesia e identidade

24 de Jul. 2022

Um dos maiores privilégios de ser um escritor é poder enxergar a si mesmo através da escrita, poder enxergar as próprias mudanças na forma como minha arte também muda.

Um ponto em comum entre todas as formas de artes é a busca do artista por um "estilo pessoal", uma característica de fácil identificação em suas obras que diga para as pessoas "fui eu quem fiz", e na escrita, isso não podia ser diferente.

"Você ainda se lembra de como tudo isso começou? Quando você se deitou calada, nos braços quentes de um caderno, rabiscou os primeiros versos E suspirou assustada ao perceber o que tinha feito... O poder incalculável que tinha acordado dentro de si, Suas próprias palavras, Que, como uma febre, te consumiram até que aprendesse a domá-las. Você virou poesia."
- Trecho do poema "Meu caro Eu"

 

A minha jornada na escrita começou dessa forma, numa busca por definir um padrão de escrita, algo que me caracterizasse como escritora, então fui atrás das mais variadas referências, Mario Quintana, Clarice Lispector, Caio Fernando Abreu, Lygia Fagundes Telles, pensando que quando tivesse meu estilo definido, minha escrita fluiria com muito mais facilidade.

 

Mas o cenário com o qual me deparei não foi exatamente esse, porque ao tentar padronizar minha escrita, acabei podando boa parte dos potenciais poemas que poderiam surgir naquele momento, porque eles não se encaixavam numa característica específica que eu buscava naquele momento.

 

Isso durou até o momento em que tive um imenso bloqueio criativo, sem capacidade de escrever um verso sequer por meses, e isso me fez perceber que a forma como eu via minha escrita precisava mudar. Ao invés de rejeitar a inconsistência, as mudanças no estilo e linguagem, decidi abraça-la como parte desse meu estilo pessoal, e dessa forma, acabei abraçando também, mesmo que inconscientemente, a minha própria mudança, me permitindo ser mais fluida, assim como muita escrita.

 

"Você jamais abriria mão daquelas coisas que viu, das pessoas que conheceu, das conversas que teve, dos momentos que viveu, Porque não importa para onde você tenha olhado, Sempre viu poesia."
- Trecho do poema "Meu caro eu"

 

E hoje, permitindo que minha escrita vá até onde precisa ir, por qualquer caminho que decidir tomar, consigo ver minha evolução literária com alegria e orgulho, consigo identificar tudo o que mudou, e tudo o que permaneceu, como um espelho que me permite olhar pra mim mesma sob o olhar de um terceiro. Se antes, minha escrita servia como forma de experimentação, como meu ratinho de laboratório, hoje já nem sei dizer onde minha arte começa e eu termino.

Imagens para o site (1)_edited_edited.jpg


Envie sua arte!


O blog "Escreve aí Duda" surgiu com o intuito não só de divulgar a minha própria arte, mas também de abrir espaço para criamos uma comunidade de artistas e apoiadores.

Você é um artista e gostaria de ter sua arte divulgada nesse espaço?

 

Então envie um e-mail para: escreveaipra.duda@gmail.com

 

Deixe o título da sua obra, autoria, e uma descrição para divulgar para o público!

 

São bem-vindas artes em todas as suas formas, fotografias, pinturas, ilustrações, e é claro, poesia.

bottom of page